O dia 23/12, merece relatos detalhados pela importância do percurso, pela extensão do trajeto (percorremos 673 km), pelas peculiaridades do caminho e em homenagem aos nossos seguidores que têm nos surpreendido positivamente com seus comentários! E atendendo às sugestões dos amigos de mais idade e dificuldade faço, agora, os contos em cor apropriada (tá bom assim Curt? Coloca os óculos aí Günther!).
Várias cidades se colocam no caminho entre Saenz Peña e Salta, a estrada de ferro acompanha a Ruta 16, paralelamente, em toda a sua distância. Os campos de girassóis e as placas indicando a existência de animais em extinção também fazem parte do cenário.
No trajeto, o Pampa del Infierno se transforma em Pampa dos Guanacos e “do nada”, surge um Policial no meio da estrada. Tamanha foi a felicidade do folclórico servidor ao abordar 4 aventureiros brasileiros; diz a lenda que os últimos jaraguaenses que por ali passaram deixaram uma quantia significativa para o “leitinho das crianças”. A Expedição Pachamama, devidamente orientada pelo Zig, deixou sua camiseta como regalo, e marcou o território com um adesivo colocado pelo próprio guarda no posto militar. Eis o registro:
Em Monte Quemado, pela primeira vez na viagem, percebemos que o combustível também é mercadoria em extinção por lá. Neste posto YPF, os meninos limparam os vidros da Land, e nos indicaram outro posto de combustível, 500 metros para frente, onde havia somente diesel. Neste posto presenteamos os frentistas com nossos adesivos, marcamos território e seguimos em frente...
Taco Pozo, Metan, Monte Quemado, Urutau, Macapillo, El Cabrachal... Chegando em Gorona, avistamos o que o Zequinha chamou de “Cordilheiras de Transição ou Cordilheiras Verdes”, e complementou com a maior propriedade: “O mundo não é só um pampa!”
Infelizmente a paisagem tornou-se impactante, chocante e assombrosa quando nos deparamos com uma grande fazenda de gado confinado. Ali, os animas disputam entre si espaços minúsculos sob o sol escaldante. A Expedição Pachamama – Rumo a Mãe Terra, deixa aqui seu protesto!
Às 13 horas paramos para almoçar em Joaquim V. Gonzales. Procuramos pelo “centro” um local para o lanche/almoço e acabamos voltando à entrada da cidade onde tentamos comer alguma coisa no posto YPF e de imediato fomos informados de que o gás havia acabado. Rindo, optamos por comer um lanche frio com a aparência de alguns dias e contrabalanceamos com um cafezinho!
A Ruta 16 parece não ter fim. Las Lajitas, Cebalito, El Galpón... a estrada não está em más condições, no entanto o asfalto parece antigo e não há sinalização horizontal, a estrada férrea que acompanha a estrada paralelamente às vezes cruza o asfalto, não encontramos com nenhum trem no caminho, passamos sim por várias pontes cujos rios estavam completamente secos! E apesar da falha no ar-condicionado e no GPS, seguimos nos divertindo bastante.
A placa de sinalização anuncia: Salta à Direita – Ruta 9/34 e a Expedição Pachamama desemboca em uma rodovia duplicada, bem sinalizada e muito bem conservada. Os recursos advindos do pedágio cobrado na rodovia (ARG$ 1,80 – Praça de pedágio em Cabeza de Buey) são revertidos na conservação da via, diferentemente do Brasil.
Uma breve reunião para verificar os mapas e sincronizar as informações. Virgilio Tedin, Cruz Quemada, Cabeza de Buey, Los Nogales... e Ruta 9: Salta, La Linda! Às 15:25, paramos em uma central de informações turísticas instalada junto a mais uma praça de pedágio na entrada da cidade e às 16:12 já estávamos no Hotel Salta, próximo a Praça 9 de Julho, no centro de Salta.