segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

O Ano Novo Sem Fronteiras

Um café da manhã tranquilo, com vista para o mar, para encerrar o ano de 2010 em alto estilo! E ainda assim os meninos estavam com cara de quem não tinha acordado direito...
Demorou muito veio correndo o organizador da Expedição, o Zequinha, avisando que o motorista contratado já estava nos aguardando (houve um desencontro de informações entre o contratante, o contratado e a intermediária no hotel, quanto ao horário) para o passeio na cidade de Tacna, no Perú. E lá fomos nós!
Do lado de lá, notícias de que o Perú estaria investindo desanilização de algumas áreas para implementação da agricultura., e enquanto isso, a Zona Franca, a chamada Zofra, com seus portões fechados por conta do Ano Novo. Uma pena.
Mas nosso motorista, Léo, nos levou ao centro de Tacna e nos apresentou outras particularidades da cidade, como por exemplo, uma espécie de moto táxi, e o artifício criado pelos moradores para não pagar o imposto equivalente ao “habite-se” brasileiro, deixar sempre as construções inacabadas.
Estacionamos o carro em um estacionamento pago (Tacna tem fama de ser uma cidade grande perigosa), e visitamos o centro da cidade, a Igreja e algumas lojinhas de artesanato.
 
O pai não pode se conter ao ver tanto Cassino junto, dos dois lados da rua, e como estavam todos fechados, ficamos só nas fotinhos.
E apesar da fama de violenta que tem a cidade de Tacna, a sua urbanização privilegia as praças, o verde e as flores. E além disso, o analfabetismo em Tacna, é zero!
Por indicação de Léo, nosso motorista e nosso guia em Tacna, fomos almoçar no Restaurante Mar Adentro. Eis aí o Léo e o nosso brinde com Pisco! A comida, uma delícia!
De volta ao Chile, passeamos por lugares diferentes de Arica. Avistamos algumas tentativas de decolagem nas dunas, avistamos a periferia de Arica, conhecemos o local por onde o Dakar 2011 irá passar e acabamos o dia no Mercado Municipal da cidade, comprando flores (para Iemanjá!) e azeite de oliva (para levar para casa).
De volta ao Hotel, aproveitamos para descansar um pouquinho, antes do nosso Ano Novo Sem Fronteiras e eu não hesitei em tirar uma fotos para compartilhar com os leitores e seguidores do Blog, a vista do nosso quarto.

Devidamente descansados, nos arrumamos para o Ano Novo, e seguimos para a comemoração em três tempos (Perú – Bolívia – Chile), em horários diferentes, em uma festa programada pelo Cassino Arica, onde jantamos.
Foi um Ano Novo bem diferente do habitual, muita dança, muito colorido, música e animação. Na volta para o Hotel, a mãe e eu jogamos a flores no mar para a Iemanjá, com os nossos pedidos para 2011 e com os nossos agradecimentos pelo ano de 2010! Feliz Ano Novo!!!

O que é bom se indica:
Léo Motorista = Fone: 820 56053
Mar Adentro - Av. Pinto. nº 28 - Tacna/Perú

“É Possível Ouvir o Barulho do Silêncio” (by Zéca)

Cada dia que termino de atualizar o Blog penso que da próxima vez será uma postagem mais breve e sucinta, com menos fotos e com mais informações práticas. Mas durante o trajeto da Expedição Pachamama – Rumo a Mãe Terra tem acontecido situações maravilhosas, situações que não prevíamos e que não havíamos planejado e seria injusto e egoísta não compartilhá-las. Além do mais, essa é uma forma de matar a saudade. Nos divertimos diariamente com as postagens e adoramos os comentários. Saudades de todos!!!
... e a partir dali, nas subidas e descidas da Ruta 5, nós, os membros da Expedição Pachamama – Rumo a Mãe Terra, fomos ficando cada vez menores diante da imensidão da paisagem que a cada curva se apresentava. O silêncio foi absorvendo nossas vontades e acabamos estáticos vendo tanta beleza.
Veja só, à direita da foto o tamanho dos veículos na estrada. Perto dessa paisagem tudo fica minúsculo.
Mais uma curva, mais uma surpresa, mais geoglifos (o Joel chama de Grafunchos – risos!) enormes. Uma beleza monumental!

As montanhas se sobrepõem em harmonia.
E a “matéria prima” da paisagem vai se alternando, mudando de cor e intrigando os nossos pensamentos.
De repente mais uma surpresa, a Cordilheira, com cara de deserto, se encontrando com o mar do Pacífico, na localidade de Camarones. Na segunda foto, bem no horizonte, é o mar!!!
A euforia do encontro do mar com as Cordilheiras é tão rápida que a imensidão do silêncio volta a berrar pelo caminho da Expedição. Um antagonismo!!!
A estrada parece levar ao céu!
Por onde um dia a água do desgelo passou formando um rio, agora, uma comunidade vive e se organiza.
Próximo a Arica, as “Presencias Tutelares”, uma obra do artista Juan Díaz Fleming, no meio do deserto e que se converteu em um ponto de referência geográfico, cultural e místico.
Na entrada de Arica, uma unidade prisional. Nada mal uma prisão no meio do nada!
E logo ao lado um geoglifo da Coca-Cola. A maior propaganda da Coca-Cola, do mundo! (Clica que amplia!)

E finalmente, chegamos em Arica, às 16 horas e 30 minutos. 606 Km percorridos!

No caminho até o Hotel já deu para Arica se apresentou para a Expedição Pachamama com a sua melhor desenvoltura, mostrando seu mar – aqui La Lisera, a praia mais popular de Arica, e seu morro. Cartões Postais.


Nos instalamos no Hotel Arica, da Rede Panamericana, localizado na Av. Comandante San Martín, nº 599, em uma das cabanas que haviam sido reservadas, no entanto, as dependências contavam com um  ambiente coletivo com quatro camas de solteiro e um único banheiro. E como não havia mais nenhum disponibilidade de outro apartamento, administramos a situação.
Desarrumamos as malas, nos instalamos, descansamos um pouco e decidimos (o pai decidiu!) dar uma volta pela cidade, de táxi, para conhecer os principais pontos turísticos.
O Morro de Arica, um ponto estratégico durante a Guerra do Pacífico, com aproximadamente 130 metros de altura, hoje, abriga um monumento chamado “El Cristo pela Paz”, uma estátua do Cristo, como no Rio de Janeiro (respeitada as proporções), que leva a bandeira do Perú e do Chile, com o intuito de comemorar a paz entre os dois países.
No pôr do sol, uma foto da pequena “ilha”, que atualmente possui uma faixa de aterro ligando-a ao continente. Palco da famosa onda de El Gringo, point frequentado pelo surfista brasileiro, catarinense, Everaldo Pato Teixeira, o Pato!
E para encerrar o passeio fomos até no Cassino fazer uma reserva para o jantar de ano novo, no dia seguinte. O pai saiu de lá sócio do Cassino.
Jantamos no Hotel, uma comida deliciosa e u atendimento excepcionalmente eficiente. Não tivemos outras boas experiências com os atendentes do Hotel que a todo tempo pareciam cansados e mau humorados.