terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O Caminho ao Atacama – Parte I

Dia 25/12, saímos do Hotel, em Salta às 8 horas e 25 minutos, fizemos uma parada no Posto YPF para abastecer e pedir informações de como proceder para sair da cidade. Depois de perder alguns minutos até encontrar a saída, os membros da Expedição Pachamama – Rumo a Mãe Terra, foram servidos com a primeira de inúmeras doses de chá de coca.
E logo chegou o frio e a estrada de rípio que prometia nos levar a San Antonio de Los Cobres. A partir dali, a cada curva as Cordilheiras nos saudavam nos mostrando uma paisagem mais linda do que a outra.
Enquanto isso, nosso guia Zequinha, narrava o conteúdo que avistava e repetia em voz alta seus próprios pensamentos: “Esta estrada vai perder o romantismo, vão asfaltá-la” ou em meio a suspiros “Esta é a natureza no seu estado mais bruto”.

Acompanhando o nosso trajeto os trilhos do trem cruzavam em meio a estrada nos lembrando que por ali passa o famoso Trien de las Nubes, trajeto que certamente também faz parte do tal romantismo.

E as surpresas da paisagem se alternavam em cores e formas, pela Ruta 51.
Antes mesmo da divisa com o Chile a Puna nos mostrou como, de fato, ela reúne as condições climáticas mais severas dos Andes, e além da dor de cabeça que afligiu todos os membros da Expedição, o sangue no nariz (só no meu) e a dificuldade de respiração começou antes do previsto. Foi preciso localizar os remédios, em meio a bagagem.
Aos 2034 metros de altitude, na localidade de Chorrillos, termina os 10 km de rípio e começa o asfalto. Passando pelas localidades de Tastil e Incamayo, aos 2323 metros de altitude – agora a unidade de referência é metros de altura – chegamos a um posto policial onde fomos parados, mas sem qualquer problema.
E ao paço que os pensamentos profundos e as frases de impacto do pai era proferidas (“A folha de coca é uma coisa milenar, desde o governador até os turistas que passam por aqui usam”), a paisagem mudava e cada vez mais nos encantava, mesmo com fortes dores de cabeça eu não hesitava em registrar o caminho.

 
 
Aos 2590 metros de altitude, uma parada para fazer xixi e para reabastecer os copos com chá de coca que, por sinal, além de milenar, parece muito diurético. A parada possibilitou registros fotográficos por ângulos diferentes.

 
2651 metros de altitude, faltando 75 Km para San Antonio de Los Cobres e 218 Km para o Paso Sico, com dores fortes de cabeça, prometi que não iria mais exigir muito do jogadores brasileiros que vem jogar futebol nesta altitude, realmente é impossível apresentar um ótimo rendimento.
 
A paisagem, algumas vezes, parece até artificial, de tão perfeita!
 Aos 2856 metros de altura, a placa indicando Arroyo Tostil, indica o início da estrada em caracol. E aos 2935 metros de altura, já percebemos que a Land começa a perder sua potência.

Na passagem por Santa Rosa de Tostil encontramos uma comunidade pequena, porém organizada, com hospital, campo de futebol, igreja e criações de burros, gado e cavalos. Foi quando surgiu mais um comentário: “Isso sim é vaca feliz!”
Percebemos que aos 3222 metros de altitude, tudo fica mais lento, exceto a empolgação do pai       que a todo tempo repete os malefícios da puna, relata casos verídicos e curiosidades locais, numa verdadeira adrenalina! E neste ritmo, uns devagar outros muito rápido, chegamos a comunidade indígena de Las Cuevas.
Em Arroyo Inca registramos a Land em alto estilo e uma homenagem a Pachamama, a Mãe Terra, que deu origem ao nome da nossa Expedição.


5 comentários:

  1. Cuidado com a chá de coca.
    14,00hs já levei a primeira remessa para Praia Alegre. Agora vai o restante.
    Feliz ano novo, e boa expedição.
    Abraços.
    Gerson e Míriam

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  2. Rolou um mensagem psicografada do meu chegado Bezerra da Silva, para o Zeca, sobre a folha, aquela: "Vou apertar, mas não vou acender agora... simbóra gente!" Um abração em todos.

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  3. Zeca, para acompanhar esse OPA Chips só uma OPA Bier, como não?

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  4. Belas fotos Fernandenha! Paisagem encantadora. Que belo passeio!!
    Chá de folha de coca é? Hummm
    Havia uma "vaca feliz" pelo caminho?
    Pare de tomar isso menina!!!

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  5. Paisagens incomparáveis, parecem esculpidas a mão. Créditos a fotógrafa!

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